Histórias de Personagem #5 - Vincenzo Valachi

Vincenzo Cesari Valachi era o oposto do irmão, Jaime, tanto fisicamente quanto em suas personalidades. 

Era fruto do segundo casamento de seu pai com uma bela mulher chamada Elena Gambino, prima distante do tão conhecido criminoso italiano. E, também diferentemente do irmão, ele fora criado com o amor de uma mãe. Vincenzo sempre fora um garoto obediente e via em seu pai um exemplo a ser seguido, embora soubesse o quão cruel ele podia ser. A primeira coisa que lhe fora ensinada foi jamais se aproximar de seu irmão mais velho. Alero temia que seu segundo filho fosse influenciado pela rebeldia do maior. 

Vincenzo não se lembrava muito de Catarina, uma vez que ele tinha apenas três anos anos quando ela faleceu. Sua mãe, à ordens do marido, nunca o permitira ser próximo aos irmãos. Acabou por crescer como estranhos e a tratar o então psicótico irmão como um monstro a ser ignorado. 

Ele nunca teve grandes ambições na vida além de seguir os passos do pai e comandar a família. Com a morte prematura da mãe quando o mesmo tinha 20 anos, decidiu focar nas escolhas de Alero, até mesmo para se preservar. Seguir ordens era mais fácil do que reagir contra. Ter sua mente comandada por outra pessoa evitava a dor que sentia ao lembrar de sua amada mãe. Foi nesse período que Vincenzo pensou entender Jaime, com a perda da irmã. 

A primeira faísca de seu descontentamento com o pai surgira também nesse momento. 

Seu primeiro e grande amor sempre fora Olívia D’Angelo, melhor amiga de sua prima Lucciola. E nela encontrou empatia, alegria, confiança e compreensão. Não entendia a razão de uma garota tão bela e gentil aceitá-lo como namorado. Afinal, ele era sombrio. Sorria pouco. Matava sem dificuldades. Mas Olívia aprendera amar suas qualidades, mesmo essas estando escondidas. Olívia gostava de acariciar seu rosto e dizê-lo o quão forte ele era por suportar o pai. Que era gentil, e só precisava de um pouco de liberdade para ser quem realmente era. Vincenzo acreditou em suas palavras. 

Ele era um cara simples. Lidava com as coisas de modo científico: ou sim, ou não. Não havia meio termos. Era charmoso o suficiente para fazer com que as respostas para o que desejava sempre fossem ‘sim’, e obstinado o bastante para dizer ‘não’ quando lhe era preciso. Um líder nato. Mas seu pai ainda nutria esperanças para com Jaime. E isso lhe irritava. 

Quando descobriu que o tão selvagem irmão era capaz de amar, também, se surpreendeu com a facilidade que Alero tivera para obrigá-lo a agir na máfia. Bastou ameaçar sua garota. E lá estava o irmão, tomando-lhe o que era seu direito. Foi quando os dois começaram a travar brigas entre si. Vincenzo não entendia a contradição entre as ações de Jaime. Ora ele agia como um felino de golpe fatal, sendo tão preciso e mortal como seu pai lhe ensinava; ora agia rebelde, negando-se a participar. 

Vincenzo chegou a conclusão que, no final de tudo, apenas queria viver em paz com sua namorada. Assim como seu irmão. 

Então, os dois se rebelaram por amor.